Arquipélago de São Pedro e São Paulo
O arquipélago de São Pedro e São
Paulo é um conjunto de pequenas ilhas rochosas e pedregosas que se situa na parte central do oceano Atlântico equatorial, distando 627
quilômetros do arquipélago de Fernando de Noronha,
986 quilômetros do ponto mais próximo do continente
e 1010 km a partir de Natal, no estado do Rio Grande do Norte. Foi declarado como parte
do território
brasileiro, segundo o IBGE pertencente ao estado de Pernambuco,
apesar de ser mais próximo do estado do Rio Grande do Norte.
Em
1998, foi inaugurada a estação científica na ilha Belmonte, dando início ao Programa Arquipélago de São Pedro e
São Paulo (Proarquipélago) sob administração da Secretaria da
Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM). A presença
permanente de cientistas na estação científica é necessária para provar a habitabilidade
no arquipélago, que é fundamental para obter o seu reconhecimento internacional
como território brasileiro. Eventualmente radioamadores
expedicionários apoiados pelas forças armadas efetuam contatos internacionais
via rádio HF
e satélite, reforçando a presença brasileira
na região. Era chamado popularmente de "Penedo de São Pedro e São
Paulo" ou "Rochedo de São Pedro e São Paulo", porém hoje em dia
é chamado oficialmente de "Arquipélago de São Pedro e São Paulo". A
rocha exposta é peridotito e peridotito serpentinizado, provavelmente
originada de um megamullion (oceanic
core complex (OCC)) tectonizado, sendo a única exposição mundial do manto abissal
acima do nível do mar. O Arquipélago está no processo ativo de ascensão
com taxa anual de soerguimento de 1.5 mm.
História
Caminho
de Darwin, ao centro, o arquipélago.
As rochas
foram descobertas acidentalmente por navegadores portugueses, quando a Armada
de 20 de abril
de 1511,
composta por seis caravelas, sob o comando do Capitão-mor D. Garcia de
Noronha, com destino à Índia, aí registou o seu primeiro naufrágio
(de acordo com o Livro das Armadas, apenas duas das suas
embarcações chegaram ao seu destino). Navegando em mar aberto, em noite
fechada, ouviu-se de súbito o rugir das ondas, e antes que fosse possível
qualquer providência, a "São Pedro", sob o comando do capitão Manuel de Castro
Alcoforado, encontrava-se encalhada sobre um dos rochedos, com os
fundos abertos. A tripulação foi resgatada por outra caravela da mesma
esquadra, a "São Paulo", tendo o episódio dado o nome aos rochedos.
Figuram
pela primeira vez em um mapa espanhol de 1513, de autoria do
navegador Juan da Nova Castello e,
posteriormente, em 1529,
em outro, do navegador português Diego Ribero.
O
primeiro desembarque registrado nos rochedos foi o do francês Bouvet du Losier (1738), seguido pelo do norte-americano
Amasa Delano, no comando
do Perseverance (1803)
e pelo britânico George Criton, a bordo do HMS Rhin (1806). O seu
mais famoso visitante, porém, foi Charles
Darwin, que ali desembarcou na manhã de 16 de
fevereiro de 1832,
na primeira parte de sua viagem ao redor do mundo, a bordo do "HMS Beagle".
As
primeiras fotos dos rochedos foram feitas pela equipe do Scotia, em
viagem à Antártica
em 1902.
Pouco mais tarde, em 1911,
a tripulação do Deutschland iniciou um estudo dos mesmos. Por eles
também passou o irlandês
Ernest Henry Shackleton (1874-1922), a
bordo do "Quest", em 1921 (expedição "Shackleton-Rowett 1921-1922").
Outros
visitantes ilustres foram Gago Coutinho e Sacadura
Cabral, que ali amararam com o Lusitânia em 1922, para reabastecimento
com o Cruzador República, da Marinha Portuguesa.
Em 1930, o navio Belmonte,
da Marinha do Brasil, instalou o primeiro farol, missão que levou um
ano para ser concluída. Um terremoto destruiria parcialmente esse farol em 1933 e o atual farol foi
inaugurado apenas em 1995.
À época
da Segunda Guerra Mundial, a àrea recebeu a
visita de embarcações norte-americanas e, na década de
1960 de cientistas estrangeiros. O Brasil só passou a ocupar os
rochedos de forma permanente a partir de 1996.
Na noite
de 31 de maio
para 1 de junho
de 2009,
um acidente aéreo com o voo Air France 447, que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris, ocorreu nas
proximidades do arquipélago, causando a morte das 228 pessoas que estavam a
bordo do avião.
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