Pomba branca emociona velório de dom Eugenio Sales na Catedral Metropolitana
O corpo do cardeal
dom Eugenio Sales está sendo velado desde o meio dia desta terça-feira
(10) na Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, por
ele inaugurada em 1979. Centenas de pessoas acompanharam o momento da
chegada do caixão que chegou ao templo em um cortejo fúnebre vindo do
cemitério de Inhaúma, onde ele foi embalsamado.
Para Dom Tempesta, a morte de seu predecessor é vista como um ‘momento triste, mas bonito’. Segundo o arcebispo, com o falecimento "é hora de se fazer uma retrospectiva da vida do homem que pensou na Igreja e no povo’. Ele destacou diversas qualidades de Dom Eugênio, lembrando que ele foi um dos responsáveis pela vinda da Jornada Mundial da Juventude, no próximo anos, para a cidade do Rio de Janeiro
“Ele volta para a casa do Pai, carregado dos bens que cultivou na terra, onde atuou com imenso destaque na evangelização, saúde, educação, e no social. Tinha preocupação com as favelas, com a política durante a ditadura”, enumerou. “Devemos destacar a atuação de do Eugênio na escolha da cidade como sede da JMJ 2013. Uma carta sua ao papa Bento XVI foi fundamental na campanha do Rio”.
"Cuido de questões humanitárias, então creio que é um sinal que estou no caminho certo", disse o assessor da presidência da Cruz Vermelha no Rio, que se confessou "mexido" com o acontecimento já que, para os católicos, a pomba branca é associada ao Espírito Santo.
O velório segue a quarta-feira, às 15h, quando haverá o sepultamento na sob a crípta da catedral, catedral. Dom Eugenio é o segundo cardeal a ser sepultado no local. O primeiro foi dom Jaime Câmara, em 1971, quando a igreja ainda estava em construção. Sete anos antes, ele havia lançado a pedra fundamental da obra.
A arquidiocese aguarda a chegada do irmão de dom Eugênio, o arcebispo emérito de Natal (RN), dom Heitor de Araújo Sales, e do bispo auxiliar do Rio, dom Kall Joseph Roner, que chegam nesta quarta-feira da Suíça para o enterro.
O padre Lúcio Veleda, ex-colega do cardeal dom Eugenio de Araújo Sales nos aposentos da Paróquia São João Batista, em Botafogo, destacou a discrição do amigo. Segundo o religioso, o ex-arcebispo do Rio ‘pensava e media cada uma de suas palavras e gestos’.
“Dom Eugenio edificava através de sua simplicidade”, definiu. “Foi o grande responsável pelos trabalhos sociais da Igreja no Brasil. Muito cuidadoso e carinhoso, paciente e compreensivo, ele não se irritava com nada. Era querido no Vaticano, em especial por João Paulo II. Foi uma grande riqueza que o Brasil perdeu”.
Pároco da Catedral de São Sebastião, e amigo pessoal de dom Eugenio Sales, o padre Aroldo Ribeiro definiu o cardeal mais antigo da Igreja Católica como ‘um homem de Deus e da Igreja’.
“Era um amigo. Foi firme nas ações, mas sempre sensível às questões da humanidade. Não era um falastrão. Em silêncio, era quando mais agia”.
Jornal do Brasil
Nathália Marsal
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