Papa diz que trabalho do catequista deve "partir de Cristo"
O Papa
Francisco reuniu-se na manhã desta sexta-feira, 27, com os catequistas
que participam do Congresso Internacional de Catequese, no Vaticano. A
audiência com o Santo Padre ocorreu na Sala Paulo VI, com a presença de
mais de 1600 pessoas que se dedicam a ensinar a fé católica às crianças,
aos jovens e adultos.
No discurso proferido aos participantes, o Francisco agradeceu aos
agentes da pastoral catequética pelo "serviço prestado à Igreja e na
Igreja". O Santo Padre também afirmou que a catequese é um pilar para a
educação cristã e considerou a necessidade de bons catequistas para o
"belo" trabalho de "educar na fé".
Confira:
Para o Papa, o "ser catequista requer amor. Amor sempre mais forte por
Cristo, amor pelo seu povo santo. E este amor, necessariamente, parte de
Cristo".
Partindo deste ponto, o Pontífice desenvolveu seu discurso e apresentou o
significado da expressão "partir de Cristo" no âmbito do "ser
catequista".
"Primeiro de tudo, partir de Cristo significa ter familiaridade com Ele.
Jesus utiliza a imagem da videira e dos ramos e diz: permaneçam no meu
amor, permaneçam ligados a mim, como o ramo está ligado à videira. Se
estamos unidos a Ele, podemos dar frutos, e esta é a familiaridade com
Cristo", explicou.
Depois, segundo o Papa, "partir de Cristo" significa "imitá-Lo no sair
de si e ir ao encontro do outro". Francisco considerou este segundo
elemento uma "bela" experiência, mas também paradoxal. Isso, porque,
segundo ele, quem coloca Cristo no centro da própria vida, deve sair do
centro.
"Se une a Jesus e Ele se torna o centro da tua vida, mais Ele te faz
sair de ti mesmo, te descentraliza e te abre aos outros. Este é o
verdadeiro dinamismo do amor, este é o movimento do próprio Deus! Deus é
o centro, mas é sempre doação de si, relação, vida que se comunica",
explicou.
Em terceiro lugar, partir de Cristo significa não ter medo de sair de si
mesmo. "Deus não tem medo das periferias", disse o Papa, logo, o
catequista não deve temer sair de si e ir ao encontro; de deixar seus
esquemas, para seguir a Deus. Segundo o Papa, para permanecer com o
Senhor é necessário saber sair.
"Se um catequista se deixa dominar pelo medo, é um covarde; se um
catequista está tranquilo ele acaba sendo uma estátua de museu; se um
catequista é rígido se torna encarquilhado e estéril. Pergunto a vocês:
alguém quer ser um covarde, estátua de museu ou estéril?", questionou.
No final do discurso, o Santo Padre voltou a agradecer aos agentes da
catequese pelo trabalho, mas sobretudo por serem membros da Igreja.
Reforçou a importância da permanência com Cristo, de seu seguimento e do
anúncio da Palavra de Deus.
"Permaneçamos com Cristo, procuremos ser sempre uma só coisa com Ele; O
sigamos imitando-O em seu movimento de amor, no seu ir ao encontro do
homem; e saiamos, abramos as portas, tenhamos a audácia de trilhar novas
estradas para o anúncio do Evangelho!", concluiu.