segunda-feira, 18 de junho de 2012

São Pedro e São Paulo

Arquipélago de São Pedro e São Paulo

O arquipélago de São Pedro e São Paulo é um conjunto de pequenas ilhas rochosas e pedregosas que se situa na parte central do oceano Atlântico equatorial, distando 627 quilômetros do arquipélago de Fernando de Noronha, 986 quilômetros do ponto mais próximo do continente e 1010 km a partir de Natal, no estado do Rio Grande do Norte. Foi declarado como parte do território brasileiro, segundo o IBGE pertencente ao estado de Pernambuco, apesar de ser mais próximo do estado do Rio Grande do Norte.
Em 1998, foi inaugurada a estação científica na ilha Belmonte, dando início ao Programa Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Proarquipélago) sob administração da Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM). A presença permanente de cientistas na estação científica é necessária para provar a habitabilidade no arquipélago, que é fundamental para obter o seu reconhecimento internacional como território brasileiro. Eventualmente radioamadores expedicionários apoiados pelas forças armadas efetuam contatos internacionais via rádio HF e satélite, reforçando a presença brasileira na região. Era chamado popularmente de "Penedo de São Pedro e São Paulo" ou "Rochedo de São Pedro e São Paulo", porém hoje em dia é chamado oficialmente de "Arquipélago de São Pedro e São Paulo". A rocha exposta é peridotito e peridotito serpentinizado, provavelmente originada de um megamullion (oceanic core complex (OCC)) tectonizado, sendo a única exposição mundial do manto abissal acima do nível do mar. O Arquipélago está no processo ativo de ascensão com taxa anual de soerguimento de 1.5 mm.

História

Caminho de Darwin, ao centro, o arquipélago.
As rochas foram descobertas acidentalmente por navegadores portugueses, quando a Armada de 20 de abril de 1511, composta por seis caravelas, sob o comando do Capitão-mor D. Garcia de Noronha, com destino à Índia, aí registou o seu primeiro naufrágio (de acordo com o Livro das Armadas, apenas duas das suas embarcações chegaram ao seu destino). Navegando em mar aberto, em noite fechada, ouviu-se de súbito o rugir das ondas, e antes que fosse possível qualquer providência, a "São Pedro", sob o comando do capitão Manuel de Castro Alcoforado, encontrava-se encalhada sobre um dos rochedos, com os fundos abertos. A tripulação foi resgatada por outra caravela da mesma esquadra, a "São Paulo", tendo o episódio dado o nome aos rochedos.
Figuram pela primeira vez em um mapa espanhol de 1513, de autoria do navegador Juan da Nova Castello e, posteriormente, em 1529, em outro, do navegador português Diego Ribero.
O primeiro desembarque registrado nos rochedos foi o do francês Bouvet du Losier (1738), seguido pelo do norte-americano Amasa Delano, no comando do Perseverance (1803) e pelo britânico George Criton, a bordo do HMS Rhin (1806). O seu mais famoso visitante, porém, foi Charles Darwin, que ali desembarcou na manhã de 16 de fevereiro de 1832, na primeira parte de sua viagem ao redor do mundo, a bordo do "HMS Beagle".
As primeiras fotos dos rochedos foram feitas pela equipe do Scotia, em viagem à Antártica em 1902. Pouco mais tarde, em 1911, a tripulação do Deutschland iniciou um estudo dos mesmos. Por eles também passou o irlandês Ernest Henry Shackleton (1874-1922), a bordo do "Quest", em 1921 (expedição "Shackleton-Rowett 1921-1922").
Outros visitantes ilustres foram Gago Coutinho e Sacadura Cabral, que ali amararam com o Lusitânia em 1922, para reabastecimento com o Cruzador República, da Marinha Portuguesa.
Em 1930, o navio Belmonte, da Marinha do Brasil, instalou o primeiro farol, missão que levou um ano para ser concluída. Um terremoto destruiria parcialmente esse farol em 1933 e o atual farol foi inaugurado apenas em 1995.
À época da Segunda Guerra Mundial, a àrea recebeu a visita de embarcações norte-americanas e, na década de 1960 de cientistas estrangeiros. O Brasil só passou a ocupar os rochedos de forma permanente a partir de 1996.
Na noite de 31 de maio para 1 de junho de 2009, um acidente aéreo com o voo Air France 447, que saiu do Rio de Janeiro rumo a Paris, ocorreu nas proximidades do arquipélago, causando a morte das 228 pessoas que estavam a bordo do avião.

 

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