quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Papa no Angelus: "A vida eterna é outra vida que supera a nossa imaginação"

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus deste domingo, 10 de novembro, da janela da residência pontifícia, no Vaticano, com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
O Evangelho deste domingo nos apresenta Jesus lidando com os saduceus que negavam a ressurreição e sobre esse tema eles fazem uma pergunta a Jesus, para colocá-lo em dificuldade e ridicularizar a fé na ressurreição dos mortos. Eles lhe propuseram um caso imaginário:
"Uma mulher tinha tido sete maridos, mortos um após o outro. Os saduceus perguntam a Jesus: De quem a mulher será esposa depois de sua morte? Jesus, sempre manso e paciente, primeiro responde que a vida depois da morte não tem os mesmos parâmetros que a vida terrena. A vida eterna é outra vida, numa outra dimensão em que não haverá matrimônio, que está ligado à nossa existência neste mundo. Os ressuscitados, disse Jesus, serão como anjos e viverão num estado diferente, que agora não podemos experimentar e nem imaginar."
Depois Jesus passa ao contra-ataque e "o faz citando a Sagrada Escritura, com uma simplicidade e originalidade que nos deixam cheios de admiração pelo nosso Mestre, o único Mestre! A prova da ressurreição Jesus a encontra no episódio de Moisés e da sarça ardente onde Deus se revela como o Deus de Abraão, Isaac e Jacó. O nome de Deus está ligado aos nomes de homens e mulheres aos quais Ele se liga. Essa ligação é mais forte que a morte", disse o Santo Padre que acrescentou:
"É por isso que Jesus afirma: "Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele. Esta é uma ligação decisiva, a aliança fundamental, aliança com Jesus. Ele é a Aliança. Ele é a vida e a ressurreição, porque com o seu amor crucificado venceu a morte. Em Jesus, Deus nos doa a vida eterna, doa a todos, e todos graças a Ele possuem a esperança de uma vida ainda mais verdadeira do que esta. A vida que Deus nos prepara não é um simples embelezamento desta atual: ela supera a nossa imaginação, porque Deus nos surpreende continuamente com o seu amor e sua misericórdia."
O que vai acontecer é exatamente o contrário do que esperavam os saduceus. "Esta vida não é referência para a eternidade, para a outra vida que nos espera, mas é a eternidade que ilumina e dá esperança à vida terrena de cada um de nós! Se olharmos apenas com os olhos humanos, tendemos a dizer que o caminho do homem vai da vida para a morte", frisou o pontífice.
"Jesus inverte essa visão e afirma que a nossa peregrinação vai da morte para a vida: a vida plena! Nós estamos em caminho, em peregrinação para a vida plena e essa vida plena ilumina o nosso caminho! A morte está atrás, não diante de nós. Diante de nós está o Deus dos vivos, está a derrota definitiva do pecado e da morte, o início de um novo tempo de alegria e de luz infinita. Mas mesmo nesta terra, na oração, nos sacramentos e na fraternidade, encontramos Jesus e seu amor, e assim podemos saborear algo da vida eterna. A experiência que fazemos de seu amor e sua fidelidade se acendem como um fogo em nosso coração e aumenta a nossa fé na ressurreição. Se Deus é fiel e ama não pode ser a tempo limitado. Ele sempre é fiel, segundo o seu tempo, que é a eternidade," concluiu o Santo Padre. (MJ)

A homilia de Francisco: "As mãos de Jesus não dão tapas, mas fazem carinho"

Cidade do Vaticano (RV) – “Entreguemo-nos a Deus assim como uma criança confia em seu pai”. Esta foi a essência da homilia feita pelo Papa na missa matutina celebrada na Casa Santa Marta. Francisco reiterou que o Senhor nunca nos abandona e lembrou que mesmo quando nos repreende, Deus não dá tapas, mas carinho.
O Papa desenvolveu sua homilia a partir da Primeira Leitura, um trecho do Livro da Sabedoria que recorda a nossa criação. “Foi a inveja do diabo que provocou a guerra, este caminho que termina com a morte”.
“Todos devemos passar pela morte, mas uma coisa é atravessar esta experiência com a pertença ao diabo e outra é passar por ela pelas mãos de Deus. Estamos nas mãos de Deus desde o início. Foram elas que nos criaram. Deus era um artesão, que nos construiu e não nos abandonou”.
Francisco prosseguiu citando a Bíblia, quando o Senhor diz ao seu povo: “Eu caminhei com vocês como um pai com seu filho, levando-o pelas mãos”.
“Nosso Pai, como um Pai com seu Filho, nos ensina a caminhar; nos ensina a adentrar a estrada da vida e da salvação. São as mãos de Deus que nos acariciam nos momentos de dor, e nos confortam. E neste carinho, muitas vezes, existe o perdão”.
O Pontífice continuou lembrando que muitas vezes se ouvem pessoas dizendo “Me entrego às mãos de Deus”, o que é bonito porque “lá estamos seguros, porque nosso Pai nos quer bem, e suas mãos nos curam também das doenças espirituais”:
“Pensemos nas mãos de Jesus quando tocava os doentes e os curava… Ele nos repreende quando é preciso, mas jamais nos fere. Ele é Pai e as almas dos justos estão em suas mãos. Ele nos criou e nos deu a saúde eterna; suas mãos nos acompanham nos caminhos da vida. Confiemo-nos às mãos de Deus como uma criança se entrega às mãos de seu pai. É uma mão segura!”.

 


Confira como foi a Jornada das Famílias no Vaticano

Com a Missa celebrada neste domingo, 27, Papa Francisco encerrou a Jornada das Famílias no Vaticano. O evento que aconteceu por ocasião do Ano da Fé começou neste sábado, 26, contando com a presença de famílias de várias partes do mundo.
Em sua homilia, o Papa destacou a necessidade de saber rezar em família, rezando um pelos outros, com fé e simplicidade. Francisco também lembrou que a verdadeira alegria da família vem da harmonia entre as pessoas, um sentimento cuja base está e Deus. “Só Deus pode criar a harmonia das diferenças. Se falta o amor de Deus, também a família perde a alegria”.
Acesse as matérias completas sobre a Jornada das Famílias no especial papa.cancaonova.com
Ao final da celebração, o Santo Padre fez uma oração diante de um ícone da Sagrada Família de Nazaré. Em seguida, rezou o Angelus, pedindo a proteção de Maria para todas as famílias, em especial as mais necessitadas.
No sábado, 26, as famílias tiveram um encontro com o Sumo Pontífice. Na ocasião, o convite deixado pelo Sucessor de Pedro foi para que as famílias saibam viver a alegria da fé e saibam exercer o perdão. “É preciso ter a coragem de pedir desculpa quando, na família, nós erramos”, disse.
Além da Missa e do encontro com o Papa Francisco, a festa da família em Roma ofereceu aos presentes atrações musicais, teatro, oração e reflexão em torno do tema “Família, viva a Alegria da fé”. O encontro foi promovido pelo Pontifício Conselho para as Famílias. 

Religioso aponta principais fragilidades da vida consagrada

Frei Nestor Schwerz
Uma Jornada de estudo que acontece nesta terça-feira, 28, em Roma, discute o tema “Fidelidade e perseverança vocacional numa cultura do provisório”.
O Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades Apostólicas, Dom José Rodriguez Carballo ofm, falou numa das conferências do encontro sobre “A fragilidade vocacional: que responsabilidade para as instituições de vida consagrada?”, e manifestou preocupação com o que ele chamou de “hemorragia” de consagrados.
O Secretário-Geral para a Evangelização da Ordem dos Frades Menores, Frei Nestor Schwerz, comentou a expressão de Dom José reafirmando que, de fato, há muitos abandonos da vida religiosa e não se pode pensar nisso como algo normal. “É uma situação e um fenômeno que nos preocupa e deve nos preocupar”, afirmou.
Mediante pesquisa realizada no âmbito das congregações, o frei destaca algumas das principais fragilidades da vida consagrada atualmente. A primeira delas é a dificuldade de uma vida espiritual cultivada pessoalmente: "oração e meditação pessoal e uma leitura orante da Palavra de Deus".
Em seguida, está a vida comunitária. “Isso veio muito evidenciado nessa pesquisa: há uma séria crise nas relações interpessoais para a construção de uma vida fraterna que seja boa, atraente, familiar e etc”, disse.
“Depois a vida pastoral, a vida de evangelização, que no mundo de hoje precisa de uma certa criatividade, de muita paixão. Então, às vezes, nos encontramos em certas estruturas pastorais que ainda se vive o repetitivo, aquilo que sempre se fazia. Mas, o mundo exige uma resposta nova, com uma nova criativa, sobretudo, com muita paixão, coerência, muito testemunho para sermos boa notícia nesse tempo”, completou.
A abertura do evento foi feita pelo Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades Apostólicas, o brasileiro, Cardeal João Braz de Aviz.