terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Exame físico do tórax 
Hoje vamos discutir sobre exame físico do tórax.
Para a realização desse exame são utilizadas técnicas de inspeção, palpação, ausculta e percussão.

Começando pela inspeção, que é a primeira técnica a ser realizada. Para essa avaliação, o paciente deve estar com o tórax descoberto ou nu. Para a avaliação do tórax anterior, o paciente, preferencialmente, deve estar em decúbito dorsal, e em casos de pacientes acamados, deve estar em decúbito lateral, para a demais avaliação, o paciente deve estar sentado ou em posição ortostática, enquanto o examinador deve estar aproximadamente  2 metros de distância para uma visão panorâmica do tórax.
Na inspeção deve ser avaliado a coloração da pele, presença de cianose ou palidez, também atentar para a hidratação da pele e presença de lesões, o padrão respiratório e a simetria do tórax.
Quanto ao padrão respiratório, sendo que a frequência respiratória considerada fisiológica é de 14 a 20 rpm (segundo a literatura especializada), deve ser avaliado a presença de:

- Taquipnéia: aumento da frequência respirartória;
- Bradipnéia: redução da frequência respiratória;
- Apnéia: parada dos movimentos respiratórios;
- Dispnéia: caracterizado por sofrimento respiratório. 

Quanto a forma do tórax, quando patológico, pode ser classificado como:
- Tórax globoso ou em tonel:  espaços intercostais aumentados, acompanha as patologias em que ocorre obstrução do fluxo aéreo, como no enfisema pulmonar, asma crônica, bronquiectasias.

- Tórax em peito de pombo ou quilha de navio: profusão acentuada do osso esterno, juntamente com as cartilagens costais. Pode ser congênito ou adquirido, sendo que a asma persistente na infância é um fator capaz de profundar mais facilmente o esterno.

- Tórax em peito escovado ou cariando: apresenta uma depressão, onde os arcos costais se projetam mais anteriormente que o esterno.

- Cifoescolióse: resulta em dificuldade na expansibiidade  torácica.

FORMAS DOS TÓRAX

Quanto a assimetria dos movimentos, o hemitórax, comprometido por uma determinada patologia, apresentará movimentos reduzidos.
Agora vamos falar sobre ausculta pulmonar. Para realizar a ausculta de qualidade é necessário prover um ambiente adequado, ou seja, em silêncio ou com menor presença de ruídos externos. O paciente deve estar na posição sentada ou ortostática, com o tórax nu ou descoberto, respirando com a boca entreaberta sem fazer ruídos, sendo que deve inspirar no início da ausculta e respirar profundamente após ser auscultado a respiração normal. Por meio da ausculta pode-se avaliar o fluxo de ar na árvore traqueobrônquica, o espaço pleural, identificar a presença de obstrução nos pulmões e presença de secreção.
Durante a ausculta pode-se identificar sons normais e anormais.
São considerados sons normais:
- Som traqueal: ruído soproso, que silencia antes do componente da expiração, que é mais prolongado e forte. Pode ser auscultado na região do pescoço ou esternal.
- Respiração brônquica: semelhante ao som traqueal, sendo que o som da expiração é menos intenso. Audível na região anterior, próximo ao esterno, onde há a projeção dos brônquios de maior calibre.
- Murmúrios vesiculares: é audível em quase todo o tórax, é a passagem do ar pelo parênquima pulmonar, sendo caracterizado por uma inspiração intensa e com maior duração, suave e audível, em seguida, uma expiração breve e puxo audível.

Sons anormais:
- Estertores finos ou crepitantes: audíveis do meio para o final da inspiração, agudos e de cura duração. Se assemelham ao ruído de um velcro ou com quando passa uma mecha de cabelo no ouvido.
- Estertores grossos ou bolbosos: possuem maior duração, audível na inspiração e expiração em todo o tórax.
- Roncos: mais audível na inspiração, pode ser detectado na expiração, tem tonalidade grave, intenso, e é modificado pela tosse. Os roncos se originam pela presença de muco e líquido nas vias aéreas ou secreção espessa nas paredes brônquios, que acarreta a diminuição do calibre dos brônquios.
- Sibilos: são contínuos, de longa duração, presentes na inspiração e expiração, originam-se pela obstrução dos brônquios.
- Atrito pleural:  as camadas lisas e úmidas da pleura normal movimentam-se fácil e silenciosamente uma sobre a outra. Porém, quando a superfície está espessada devido a presença de fibrina, por células inflamatórias ou neoplásicas, o deslizamento está dificultado pela resistência de fricção. O  atrito de fricção foi comparado ao ranger de um couro velho.
- Estridor: som alto, de timbre constante, mais audível na inspiração, pode ser ouvida mesmo quando se está distante do paciente.
FOCOS PARA A AUSCULTA PULMONAR
Vamos falar sobre palpação. Por meio dessa técnica é possível a detecção de edema, avaliar a expansibilidade torácica e pesquisa de frêmito.
Para a avaliação da expansibilidade dos ápices pulmonares, o paciente deve ficar sentado de frente para o examinador, enquanto o esse apóia suas mãos nas regiões supraventriculares, de modo que as pontas dos dedos fiquem apoiadas no músculo trapézio e os polegares juntam-se na região infraclavicular ao nível da linha médio esternal. Para a avaliação da expansibilidade lateral, as mãos do examinador se posicionam de forma que cada uma, em seu respectivo hemitórax, alcança o côncavo axilar e os polegares se posicionam na linha médio esternal. A avaliação é feita de forma que no momento da inspiração, as mãos devem se expandir juntamente com o tórax e voltar a posição anterior na expiração, simetricamente.
E para terminar o examen físico, realiza-se a percussão.
A técnica usada é do digito-digitali. No tórax normal a percussão produzirá vibrações lentas e som baixo, denominado som claro pulmonar.
Sons anormais:
- Som timpânico: quantidade de ar aumentado no parênquima pulmonar.
- Som maciço: presença de líquido interposto entre o parênquima pulmonar e a parede torácica.
- Som submarino: quando há aumento na densidade do parênquima pulmonar e diminuição do ar.

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