sexta-feira, 27 de julho de 2012

Romaria do Bom Jesus


Romaria do Bom Jesus da Lapa

 É um município brasileiro do estado da Bahia, situado a 796 km da capital estadual. A sua população em 2007 era de 62.199 habitantes conforme o IBGE, mas a estimativa em 2009 tenha aumentado para 66.192 habitantes. Possui uma área total de 4148,5 km² e é banhada pelo rio São Francisco. Suas atividades econômicas estão baseadas na agricultura, comércio, turismo e pesca.
A cidade de Bom Jesus da Lapa concentra a segunda maior festa religiosa católica do Brasil, no mês de agosto, conhecida como a procissão ou romaria do Bom Jesus em que atrai milhares de fiéis todos os anos, por este motivo é conhecida como a “Capital Baiana da Fé”.
O grande diferencial entre Bom Jesus da Lapa e as outras cidades da região é o morro em estilo gótico e suas grutas que lhe conferem um clima místico e diferenciado.
A fé pede passagem e ecoa por todos os cantos de Bom Jesus da Lapa. Todos os anos, a cidade recebe cerca de 700 mil turistas em romarias de agradecimento às graças alcançadas e na busca por novas bênçãos. O mês de agosto é o momento de maior visitação, quando, no dia 06, é consagrado o santo padroeiro.
"Me disseram porém, que eu viesse aqui pra pedir de romaria e prece paz nos desaventos, como eu não sei rezar, só queria mostrar, meu olhar, meu olhar, meu olhar”. Esse trecho, da música “Romaria”, de Renato Teixeira, traduz com beleza e poesia o significado desse momento apoteótico de fé de milhares de baianos nas mais diversas romarias existentes no Estado. Romaria é uma leitura da história por meio da fé, que dá origem aos povoados, ao comércio, à economia, às rotas e às cidades. Muitas peregrinações na Bahia já fazem parte da história e do calendário de alguns municípios, tornando-se assim, a maior expressão popular de fé já vista.
Quando se fala em manifestação de fé no Estado logo vem à mente um lugar: Bom Jesus da Lapa. A cidade é o cenário de uma das maiores romarias religiosas do Nordeste, um ritual que se repete a quase quatro séculos. Entre julho e setembro, milhares de brasileiros de todo o País enfrentam sol, longas caminhadas e cansaço para chegar ao santuário, localizado em uma gruta nas barrancas do rio São Francisco, no sudoeste baiano. Logo após o São João, os primeiros romeiros começam a chegar na cidade que é chamada de “capital baiana da fé”. Nesta época, cerca de 200 mil pessoas invadem o município, três vezes mais que a população local.
Agrupados em carrocerias de caminhão (popularmente chamados de pau de arara), em carros particulares, em ônibus, e muitos vão até mesmo a pé, percorrendo milhares e milhares de quilômetros debaixo de sol e chuva, o município atrai uma multidão todos os anos, movidos pelas graças alcançadas nos milagres do Bom Jesus da Lapa. A viagem é longa, difícil, mas os devotos, identificados pelos chapéus, costumam voltar sempre no próximo ano. A primeira romaria (da Terra ou das Missões) começou no dia 02 de julho, quando os romeiros da região se dirigiram ao santuário. Nos dias 19 e 20 houve a Romaria dos Missionários Redentoristas leigos. Dia 25 de julho, Romaria da Renovação Carismática Católica. No dia 28 de julho iniciou-se o maior fluxo de romeiros na cidade devido as novenas do Bom Jesus, onde toda a celebração é realizada na Esplanada do Santuário.
ESPETÁCULO DE FÉ - No dia 06 de agosto, o grande espetáculo de fé aconteceu a partir das 8hs, onde os romeiros superlotaram a esplanada e a praça para participar da missa celebrada por todos os sacerdotes, bispos e religiosos. À tarde, começa a procissão pelas ruas de Bom Jesus da Lapa, onde o andor do Bom Jesus é levado nos braços de centenas e centenas de pessoas que disputam segurar um pedacinho de madeira. A cidade abriga ainda a Romaria da Soledade, que acontece de 08 a 15 de setembro, onde uma grandiosa procissão de Nossa Senhora da Soledade saí pelas ruas, e logo após seu retorno, realiza a benção e a despedida dos romeiros.
A cidade de Bom Jesus da Lapa teve sua origem no povoamento em volta do morro, por Duarte Coelho, no Século XVII, passando por várias etapas até se tornar município, em 1923. A sua principal atração turística é o Morro da Lapa, onde fica situada a gruta do Santuário. O morro tem cerca de 90 metros de altura, com forma alongada e contém inúmeras grutas e pontes naturais. No cume ostenta um cruzeiro de cimento de 12 metros, construído em 1935. No morro existe uma enorme e curiosa gruta, formada por dois salões que servem como igrejas, a de Bom Jesus da Lapa e Nossa Senhora da Soledade. Até 1691, essa gruta era covil de onças, depois passou a ser habitada por Francisco Mendonça Mar, que durante meses andou pelo sertão baiano com uma imagem de Bom Jesus, procurando um lugar para colocá-la.
GRUTA MILAGROSA - Desde essa época a cidade e a Gruta de Bom Jesus da Lapa têm se tornado o principal centro de romarias da Bahia e um dos maiores do Nordeste, tendo seu movimento mais concentrado nos meses de agosto e setembro, principalmente no período de 1º a 6 de agosto, quando se comemora a Festa de Bom Jesus da Lapa. Nesse período passam pela cidade cerca de 500 mil romeiros. Considerada milagrosa, a gruta de Bom Jesus da Lapa tornou-se um dos maiores símbolos religiosos do interior. As histórias são muitas: paraplégicos voltam a andar e cegos a enxergar, outros se arrastam de joelhos em preces. O povo se reúne aos milhares na esperança de conseguir favores e agradecer uma bem;cão. Numa região de natureza sofrida e pobre, a gruta de Bom Jesus da Lapa representa a esperança na fé.
A gruta onde o monge Francisco colocou a cruz, tornou-se o santuário do Bom Jesus da Lapa. É mais do que uma cavidade na pedra: é um santuário construído pela mão da natureza. Diante da imagem do Crucificado, ajoelham-se os romeiros de todas as idades, vindos de diferentes lugares do Brasil. Eles trazem consigo o coração penitente, uma oração fervorosa de palavras simples que brotam espontaneamente. É a Ele que o romeiro recomenda sua vida e a de seus familiares e amigos, entregando-se a sua proteção. O romeiro caracteriza-se pelo chapéu de palha revestido rusticamente de tecido branco e fitas coloridas. A mais comum é a de cor branca, simbolizando a esperança. E quase todos os telefones públicos (orelhão) são em forma de chapéu.

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